Ao longo das décadas, os critérios para premiar atletas e equipes esportivas passaram por profundas transformações. No passado, bastava impressionar visualmente ou conquistar campeonatos, porém hoje a situação é bastante diferente. Agora, o cenário esportivo é dominado por análises técnicas fundamentadas em dados minuciosos e métricas específicas.
Antigamente, os prêmios individuais no esporte eram concedidos com base em avaliações subjetivas. A percepção do público, dos jornalistas ou de comissões específicas influenciava a escolha dos melhores atletas, muitas vezes privilegiando nomes populares em detrimento da consistência técnica.
Com o avanço da cobertura midiática e o aumento do número de competições internacionais, houve a necessidade de critérios mais justos, levando à inclusão de estatísticas básicas, como número de gols, assistências ou vitórias.
Nas últimas duas décadas, a análise esportiva começou a incorporar ferramentas estatísticas mais avançadas. Recursos como Expected Goals (xG) no futebol, eficiência de arremesso no basquete e índice de performance por minuto em esportes individuais exemplificam como o desempenho passou a ser medido com precisão.
Plataformas como Opta Sports, Stats Perform e TrackMan tornaram-se fontes cruciais para comissões técnicas e votações de prêmios renomados, como o The Best da FIFA, o Ballon d’Or e o MVP da NBA.
Competições e entidades esportivas reestruturaram seus métodos. A NBA, por exemplo, começou a divulgar os critérios e os votos para o MVP, enquanto a UEFA incorporou estatísticas em tempo real em seus relatórios técnicos.
No futebol, métricas como recuperação de posse, participação em jogadas ofensivas e mapas de calor também passaram a ser consideradas em premiações individuais, indo além do simples número de gols ou assistências.
Apesar de a precisão dos dados ter aumentado, alguns especialistas alertam para o perigo da “estatistização” do esporte, onde os números podem se sobrepor ao contexto. Um atleta com estatísticas excelentes pode não ter o mesmo impacto emocional ou simbólico de outro com um desempenho mais irregular, porém decisivo.
A perspectiva futura aponta para uma integração entre estatística e narrativa. A premiação dos atletas tende a levar em consideração não apenas os dados brutos, mas também a importância das atuações em momentos críticos e a contribuição coletiva dentro das equipes.
